O ano de 2024 foi histórico para o setor automotivo brasileiro. Com um total de 2,48 milhões de veículos vendidos, o Brasil se posicionou como o sexto maior mercado automotivo do mundo, ultrapassando potências tradicionais como o Reino Unido e a França. O feito representa não apenas uma recuperação econômica importante, mas também uma reconfiguração das forças globais nesse setor estratégico.
Esse crescimento expressivo — de 15% em relação a 2023 — foi o maior entre os dez principais mercados globais. Nenhum outro país teve um avanço tão acentuado no número de emplacamentos. Para efeito de comparação, a China lidera isoladamente com mais de 30 milhões de veículos vendidos, mas o crescimento percentual do Brasil foi o mais vigoroso do grupo, evidenciando um momento de forte retomada.
Diversos fatores contribuíram para esse desempenho. Um dos principais foi a melhora no acesso ao crédito. Após anos de juros altos e restrições bancárias, o mercado financeiro abriu mais espaço para o financiamento de veículos, o que aqueceu a demanda, principalmente entre os consumidores de classe média. Junto a isso, a inflação mais controlada e o aumento da confiança do consumidor ajudaram a movimentar as concessionárias.
Outro ponto importante foi a chegada das montadoras chinesas, que encontraram no Brasil um terreno fértil para expansão. Marcas como BYD, GWM (Great Wall Motors) e Chery aumentaram significativamente sua presença, trazendo modelos elétricos, híbridos e até SUVs com preços mais competitivos. A variedade e a modernização dos modelos chamaram a atenção do consumidor brasileiro, especialmente os que buscavam inovação tecnológica a preços mais acessíveis.
No campo da produção, o Brasil também se destacou. Com 2,5 milhões de veículos produzidos ao longo de 2024, o país retomou a 8ª colocação entre os maiores produtores do mundo, superando novamente a Espanha. Esse avanço produtivo é fruto da reativação de fábricas, investimentos em tecnologia e da valorização da indústria nacional. Vale lembrar que a produção não beneficia apenas o mercado interno, mas também o de exportação, especialmente para países da América Latina.
Programas governamentais também tiveram papel relevante. O Programa Mover, por exemplo, concedeu incentivos fiscais para montadoras que investem em sustentabilidade, inovação e tecnologia. O foco é tornar a indústria brasileira mais alinhada às metas de descarbonização e transição energética, com estímulos à produção de veículos elétricos e híbridos, além de novas soluções logísticas menos poluentes.
Essa política pública ajudou a atrair investimentos de gigantes do setor, que anunciaram novos projetos de fábricas e centros de pesquisa no país. A união de incentivos, inovação e abertura a novas marcas criou um ecossistema mais dinâmico e promissor para os próximos anos.
Além disso, a eletrificação da frota começou a ganhar força no Brasil. Embora os carros elétricos ainda representem uma pequena fatia do mercado total, a taxa de crescimento das vendas desses modelos é exponencial. Isso coloca o Brasil na trilha de países que já estão mais avançados na mobilidade verde.
Com todos esses fatores combinados — crescimento nas vendas, maior produção, entrada de novas marcas, incentivos estatais e foco em sustentabilidade —, o Brasil não só celebra o feito de ser o 6º maior mercado automotivo do mundo em 2024, como também se posiciona como um ator relevante no futuro da mobilidade global.
O cenário é de otimismo. Se o ritmo continuar, o país pode consolidar ainda mais sua relevância, atrair mais investimentos e, quem sabe, avançar mais posições no ranking nos próximos anos.
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