Brasil será centro produtor de baterias para carros elétricos, diz governo

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Para quem ainda duvida da popularização dos carros elétricos no Brasil, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou durante o seminário “ANFAVEA – Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil”, que o governo federal quer transformar o Brasil em um hub de produção de baterias. A proposta é criar incentivos que estimulem empresas a investirem no país. “Temos desenvolvido a cadeia de produção do lítio, fundamental para a eletrificação da frota. Tornaremos o nosso país um hub para a produção de baterias, com geração de emprego e renda para nossa população, como no Vale do Jequitinhonha [MG]”, explicou.

O ministro citou a mobilidade elétrica como uma das principais fontes para a descarbonização e diz que o Brasil já domina a tecnologia para a fabricação de baterias de lítio, mas precisa ampliar a escala de produção, tanto para se tornar mais competitivo quanto para baratear o preço final do componente do carro elétrico. No entanto, Alexandre faz uma ressalva e diz que o país fará uma transição energética sem deixar de lado os biocombustíveis. Alexandre Silveira insistiu em um compromisso claro com a transição energética e redução da pegada de carbono nos transportes, destacando também que 88% da matriz elétrica brasileira é baseada em fontes limpas. Por fim, reforçou que os biocombustíveis, sobretudo o etanol, ainda tem (e terá) um papel muito importante na descarbonização no Brasil.

Para o presidente da Anfavea, associação das montadoras, Márcio de Lima Leite, a estratégia é viável, já que os fabricantes de carros elétricos estão vivendo uma verdadeira corrida para garantir o investimento em minas e participação em empresas do ramo de produção de baterias. “A fala do ministro é muito correta. Há uma grande procura por esses minerais, muitas empresas já estão enxergando a potencialidade brasileira. A gente vê com bastante expectativa o que está para acontecer nos próximos meses e anos em termos de autossuficiência e exportação de baterias elétricas. É um processo de médio e longo prazo, mas ele é inevitável e já vem acontecendo”, avaliou.

Ainda segundo o presidente da Associação das Montadoras, o Brasil viverá dois momentos. “Primeiro, um nível elevado de importação de baterias e, em um segundo momento, produção local não apenas para mercado interno, mas para exportação. Já há diversas conversas e acordos nesse sentido”, garantiu.

De modo geral, é interessante ver setores do governo começando a alinhar o discurso em relação à descarbonização, transição energética, mobilidade elétrica e carros elétricos, ainda que o façam com ressalvas. O próximo passo é transformar essas iniciativas em atitudes concretas.

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