Como a geração Z pode mudar o rumo do mercado automobilístico

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De acordo com a Bright Consulting, 25% dos consumidores da Geração Z, que são as pessoas nascidas entre 1998 e 2010, simplesmente não querem comprar um automóvel. Essa informação está fazendo as montadoras recalcularem a rota. A Mercedes-Benz e a Caoa Cherry são exemplos de algumas que estão mudando suas operações aqui no Brasil. Para a Mercedes-Benz, isso significa demitir 40% de sua fábrica em São Bernardo do Campo.

Mas qual o por quê de tudo isso?! Uma pesquisa da consultoria norte-americana Allison+Partners com jovens do país mostrou que a maioria deles vê os carros como um mero meio de transporte e não como algo que define a sua identidade. Essa é uma mudança de paradigma nítida em relação à geração Millennial (nascidos entre 1981 e 1997), que tinha nos carros um objetivo certo de conquista financeira e um modo de demonstrar status social.

Se é para escolher um veículo próprio, a geração Z prefere mesmo o carro elétrico, mas há uma grande parcela dessas pessoas que sequer quer um carro próprio. Isso porque o estresse no trânsito e as dificuldades para estacionar são citados como causas de ansiedade, que fazem os jovens preferirem outros meios de transporte ao carro. Na verdade, eles se preocupam com vários aspectos sociais e sustentáveis, e, segundo levantamento da HSR Specialist Researchers, “buscam cada vez mais experiências, em vez de apenas consumir”.

A pesquisa Alelo Tendências de Mobilidade da Geração Z, realizada pela Alelo em conjunto com o Instituto Júnior Mackenzie, entrevistou mais de 1,5 mil jovens nas maiores cidades do Brasil e descobriu que mais da metade não tira a carteira nacional de habilitação (CNH) quando atinge a idade permitida. Além disso, 41% deles alegam falta de interesse em ter CNH e não acham que há necessidade para tal. A pesquisa mostrou também que nos próximos 10 anos os carros não devem mais ser a primeira opção de transporte. Além disso, o foco da indústria automobilística para atender as demandas de 2030 está em três fatores: maior segurança nos carros, quebra do paradigma da propulsão (carros híbridos ou elétricos) e maior conectividade.

Ainda de acordo com os dados da Bright Consulting, em 2030 mais de 50% dos carros vendidos no mundo serão híbridos ou elétricos. Mas no Brasil esse índice será de apenas 9,7%. Para atender ao novo consumidor digital, os carros brasileiros continuarão apostando em conectividade (e nesse aspecto o Brasil vai bem, segundo a Bright), mas um setor pagará caro pela mudança de comportamento do consumidor: as concessionárias. Segundo os dados, já existem 120 milhões de acessos digitais por mês ligados à área automotiva, mas somente 10% das vendas utilizam um processo virtual. Até 2030 mais de 50% das vendas serão feitas utilizando um processo virtual e isso resultará na redução de 25% dos concessionários completos.

Se durante anos se investiu em vender carros para o consumidor final, agora está na hora de repensar as estratégias, pois o que se percebe é que o compartilhamento é uma tendência que veio para ficar e que tem agradado bastante as novas gerações. A indústria terá que se reinventar para se adaptar às novas gerações. E você, tá preparado para isso?!

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