Em razão das crescentes preocupações com as mudanças climáticas e a degradação ambiental, a sustentabilidade tornou-se uma prioridade estratégica também para as indústrias automotivas. A grande maioria das montadoras tem desenvolvido várias atividades para tornar seus produtos e processos fabris mais sustentáveis, gerando menos impacto ambiental e emissão de rejeitos para o meio ambiente.
Anualmente são cerca de 100 milhões de novos veículos produzidos no mundo. Apenas no Brasil, 47% da população possui, ao menos, um carro. E para esse problema, não há solução que não passe por mudanças estruturais no planeta, bem como na forma que as pessoas encaram os meios de transporte. Sem uma infraestrutura que privilegie o transporte coletivo de massa, a demanda por carros não vai cair. O que a indústria automotiva pode fazer é lidar com os veículos que já fez. Aproximadamente 80% dos materiais usados em um carro podem ser reaproveitados. A este respeito, a Política Nacional de Resíduos Sólidos já a torna legalmente responsável pela destinação adequada desses resíduos; se não há maneira imediata de se produzir menos carros, ao menos deve haver um esforço para que eles sejam produzidos com o mínimo de matéria-prima nova possível.
O caminho para o uso de motores híbridos já foi aberto pela indústria automotiva, sistemas que recuperam o calor dos gases do motor a combustão e dos freios para convertê-lo em energia elétrica estão presentes, inclusive, na Fórmula 1. Preservar o máximo possível de energia torna os carros mais eficientes, o que reduz a demanda por combustíveis fósseis. Já existem, inclusive, motores que não são movidos a nenhum tipo de combustível fóssil, como os motores elétricos e movidos a hidrogênio, esses motores ajudam a reduzir dois tipos de poluição de uma só vez: a ambiental e a sonora. São menos gases estufa na atmosfera e menos barulho nas avenidas congestionadas.
Segundo um estudo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Boston Consulting Group (BCG), esses carros ainda representam 7% das vendas no mercado de veículos leves. A expectativa, contudo, é que isso avance nos próximos anos. O país, conforme as projeções dessas organizações, pode chegar a 2035 com 22% das vendas no modelo eletrificado. Embora a popularização dos veículos elétricos no Brasil ainda dependa de estímulos e investimentos do poder público, da própria cadeia automotiva e de produtores de combustíveis — na ordem de mais de R$ 150 bilhões —, esse cenário é apontado pelo estudo como importante para reduzir a poluição gerada pela indústria dos transportes. Somente aqui, o problema é responsável pela morte de mais de 50 mil pessoas por ano. Hoje, metade das emissões desses poluentes vem do transporte individual, apontam dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os carros elétricos no mercado hoje
Diante da eficiência e dos benefícios dos carros elétricos, eles são os que mais crescem no mundo hoje. Esse maior interesse pelos EVS está atrelado às políticas voltadas a redução de emissões, ao maior conhecimento dos benefícios dos carros zero emissão e ao aumento dos preços dos combustíveis. A maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais tipos de automóveis também vêm sendo fatores relevantes.
A tendência é que esse crescimento continue. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a previsão é que dois terços dos veículos vendidos no país serão eletrificados até 2035. A GM, por sua vez, finca o seu compromisso de se tornar neutra em carbono até 2040. Para isso, a fabricante já está investindo cerca de U$ 35 bilhões para o desenvolvimento de 30 modelos elétricos e autônomos até 2025.