Consumidores têm preferido carros elétricos

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Tem sido bem comum avistar carros híbridos e elétricos pelas ruas brasileiras. Porém, isso não está ligado apenas à quantidade cada vez maior de modelos oferecidos no mercado, mas também a diversos fatores, incluindo a nova preferência dos consumidores.

Segundo a pesquisa realizada pela Tupinambá Energia 58% dos brasileiros que desejam adquirir um carro têm interesse em possuir um veículo movido a eletricidade. Entre os motivos apontados pelos consumidores que participaram da pesquisa, o principal é o custo da recarga. Já a questão da sustentabilidade aparece como o segundo fator mais citado.

Mas em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o CEO da Tupinambá, Davi Bertoncello, responsável pela pesquisa, apontou outro fator que tem influenciado nessa escolha: o valor do combustível. “O carro elétrico mais barato do mercado já está na faixa de R$ 150 mil. Pensando que o carro popular, por exemplo, um Gol, está na faixa de R$ 90, 95 mil, essa diferença de valor já é uma diferença que, mesmo ainda sendo sensível, implica em dois componentes importantes. Primeiro, o preço do combustível versus o preço da energia, o proprietário de veículo gasta, em média, seis vezes menos. Segundo, a manutenção, pois o carro elétrico tem 80% menos peças”, ressaltou o CEO.

Números no Brasil e no mundo

Por esses motivos, as vendas de carros elétricos e híbridos bateram um novo recorde no primeiro semestre de 2022. Segundo os dados levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a ABVE, mais de 20 mil unidades foram vendidas no primeiro semestre de 2022. O destaque foi o aumento expressivo na participação dos carros elétricos a bateria (BEV), que neste 1º semestre de 2022 já superaram os emplacamentos de todo o ano passado. Os números do semestre representam um crescimento de 47% sobre o mesmo período do ano passado.

Destaque entre os eletrificados, os carros 100% elétricos (BEV) tiveram 3.395 emplacamentos no semestre, ou seja, 19% a mais do que a soma das vendas de todo o ano passado, quando foram vendidas 2.851 unidades.
De acordo com uma projeção feita pela empresa de consultoria americana Bain & Company, o investimento em produtos e serviços relacionados aos veículos elétricos deve alcançar até € 13,5 bilhões até 2030, na Europa, Estados Unidos e China.

No Brasil, os modelos de carros 100% elétricos estão custando entre R$ 140 mil e R$ 290 mil. Entre os mais vendidos a marca Volvo vem em destaque com o modelo XC40, seguida pela Renault com o Kangoo, nessa lista também aparecem Mini e Nissan.

Benefícios dos carros elétricos

Apesar do aumento nas vendas e nas projeções positivas para o mercado, muita gente ainda tem dúvida na hora de adquirir um. Será que funciona mesmo? Será que não pode estragar com mais facilidade? Será que é econômico?
Separamos aqui algumas vantagens e benefícios dos carros elétricos para ajudar na sua decisão.

  1. Benéfico para o meio ambiente
    Ao contrário dos carros tradicionais, os veículos elétricos reduzem em, aproximadamente, 30% a geração de CO₂. Segundo especialistas, o único dano provocado pelo carro elétrico em movimento é o atrito dos pneus com o asfalto, que pode gerar impactos à atmosfera. A afirmação de que os carros elétricos poluem mais é falsa.
  2. Baixo custo de manutenção
    Para a alegria dos consumidores, o valor de manutenção dos veículos elétricos é inferior aos tradicionais. Isso porque o desgaste das peças é menor e não é necessário substituir, por exemplo, velas de ignição, filtros de óleo e ar e correia dentada.
  3. Alta eficiência energética
    De acordo com especialistas, o veículo elétrico é mais eficaz quando colocado em movimento. Ele consome, aproximadamente, 90% da eficiência energética disponível, ao contrário dos modelos dotados de motor a combustão, que aproveitam apenas de 30% a 40%.
  4. Mais silencioso
    Sem a queima de combustível e o sistema de escape, os motores elétricos trabalham em silêncio e garantem mais conforto aos motoristas e passageiros.
  5. Economia
    A energia elétrica é mais em conta que a gasolina, o diesel e o etanol. Com o veículo elétrico, não há a necessidade de abastecê-lo com combustíveis.
    Além disso, há menor cobrança de impostos. Em 2018, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos elétricos era de 25%, mas passou a ser cobrado seguindo incentivos de eficiência energética. Hoje, na maioria dos modelos, o IPI é de 9%. Estados como Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte concedem isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), enquanto Rio de Janeiro e São Paulo dão 50% de desconto. Além disso, os carros com propulsão eletrificada estão livres do rodízio, como o existente em cidades como São Paulo.

Infraestrutura para veículos elétricos

Uma pesquisa da consultoria Bain & Company divulgada no ano passado mostrou que, até 2025, 12% de todos os carros novos no mundo serão elétricos. E em 2040, a expectativa é de que mais da metade dos veículos saiam de fábrica com sistema totalmente elétrico. Mas para isso acontecer é preciso investir em infraestrutura.

Segundo a ABVE, o Brasil possui hoje apenas 1.250 postos de recarga. Parte desse número está em São Paulo, que concentra 47% do total – apenas a capital paulista tem 400 pontos, espalhados por shoppings, prédios comerciais, residenciais e postos.
Ainda de acordo com a ABVE, o investimento para integrar uma estação de recarga rápida a um posto de combustíveis pode chegar a R$ 500 mil. Hoje, a recarga em si é feita de forma gratuita na maioria dos postos, o que dificulta a rentabilidade do negócio e sua popularização.

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