O mercado de carros eletrificados no Brasil está em plena transformação, mas de uma forma que pode surpreender. Nos primeiros cinco meses de 2025, as vendas de veículos híbridos cresceram expressivos 75%, enquanto os elétricos puros tiveram uma queda de 5% no mesmo período, segundo dados da Fenabrave. Esse movimento revela muito sobre os hábitos de consumo do brasileiro e os desafios que a eletrificação total ainda enfrenta por aqui.
Por que os híbridos estão ganhando espaço?
O crescimento dos híbridos tem sido impulsionado por uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, há uma maior oferta de modelos no mercado. Montadoras como Fiat e BMW, por exemplo, passaram a fabricar versões híbridas em território nacional, o que ajuda a reduzir os custos e tornar os veículos mais acessíveis.
Além disso, os híbridos têm a vantagem de não depender exclusivamente da infraestrutura de recarga, ainda bastante limitada no Brasil. Eles funcionam com motor elétrico, mas também com motor a combustão, o que garante mais segurança para quem circula por áreas sem pontos de carregamento. Isso tem feito com que muitos consumidores enxerguem nos híbridos uma alternativa de transição ideal entre os modelos tradicionais e os 100% elétricos.
Outro ponto relevante é que, em alguns estados, os híbridos também se beneficiam de incentivos fiscais e isenções, o que ajuda a equilibrar o custo-benefício na hora da compra.
Queda nos elétricos: o que está acontecendo?
Apesar da empolgação dos últimos anos com os elétricos puros, 2025 mostra que o crescimento desse segmento não é linear. A queda de 5% nas vendas aponta para alguns entraves importantes.
O principal deles continua sendo a infraestrutura. A falta de estações de recarga ainda é um obstáculo para muitos consumidores, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Além disso, os preços mais elevados e a pouca variedade de modelos disponíveis no mercado nacional ainda dificultam a adesão em massa.
Outro fator que pesa é o acúmulo de estoque de modelos 2024, que têm sido vendidos com descontos. Ainda assim, o volume de vendas não acompanhou o ritmo esperado, o que indica uma desaceleração momentânea do setor.
Quem lidera esse mercado?
A Fiat teve destaque entre os híbridos em maio, com mais de 4.200 unidades vendidas no mês. Já a chinesa BYD segue como líder entre os eletrificados no geral, acumulando mais de 25 mil unidades no ano, entre híbridos e elétricos.
O avanço da BYD e a entrada de novas marcas no Brasil mostram que o segmento continua aquecido, mas com os híbridos assumindo o protagonismo do momento.
O que esperar para os próximos meses?
Tudo indica que os híbridos continuarão crescendo em 2025, pelo menos enquanto os elétricos não tiverem o suporte necessário em infraestrutura e incentivos. Para o consumidor, eles oferecem um equilíbrio interessante entre tecnologia, economia e praticidade.
Já os elétricos, embora tenham potencial de longo prazo, ainda precisam superar barreiras importantes. Investimentos em pontos de recarga, redução de impostos e campanhas de informação sobre uso e manutenção são passos essenciais para que esse mercado volte a ganhar força.
Enquanto isso, o Brasil vai se consolidando como um país de transição, onde os híbridos ocupam o centro da cena, ao menos por enquanto.
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