Efeito Dolphin: como as montadoras chinesas abaixaram o valor dos carros elétricos no Brasil

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A confirmação da chegada do Dolphin, o carro elétrico acessível da chinesa BYD, desencadeou uma corrida pelo melhor preço no mercado nacional. O carro elétrico custa mais do que um modelo a combustão e isso não é surpresa para ninguém. A novidade, contudo, é que esse mercado está registrando consecutivos descontos nos preços — que chegam a R$ 50 mil.

Para deixar o veículo competitivo, a marca reduz o preço e, consequentemente, sua margem de lucro. Esse é um movimento que está acontecendo no mercado de carros elétricos de entrada após o lançamento do BYD Dolphin, que custa R$ 149.800. Começou com o Jac E-JS1, que foi de R$ 145.900 para R$ 139.900. Em seguida, o Caoa Chery iCar também sofreu um abatimento de R$ 10 mil no preço e caiu de R$ 149.990 para R$ 139.990. Por último, o Peugeot e-2008 teve um desconto de R$ 50 mil e agora sai por R$ 209.990.

De acordo com o diretor de desenvolvimento da Jato Dynamics,  Milad Kalume Neto, isso é uma consequência direta da chegada de novos modelos elétricos, principalmente no segmento de entrada. “Faltava competitividade. Houve um reposicionamento geral do mercado com preços mais baixos, principalmente em função do BYD”.

Ainda segundo ele, os carros 100% elétricos ainda são mais recomendados para motoristas que circulam em grandes centros urbanos, onde estão concentrados os pontos de abastecimento desses modelos, chamados de eletropostos. “Longe das grandes cidades, eles ainda não são uma realidade para o Brasil”, diz. Isso porque a infraestrutura para abastecimento desses modelos ainda é muito acanhada, argumenta o especialista.

Um estudo da Jato mostra que a oferta de eletropostos no Brasil está 15 vezes mais defasada em relação ao pior país europeu, que é a Estônia. A análise foi feita traçando uma relação entre o número de postos de abastecimento disponíveis e a área do país. Mesmo eliminando regiões brasileiras pouco habitadas, como Norte e Centro-Oeste, essa defasagem seria de 5,5 vezes.

O fato é que Brasil tem cerca de 3,8 mil eletropostos. Precisaria ter 23 milhões para se igualar à Holanda, o país da Europa mais bem-nutrido nesse quesito. Para emparelhar com a Estônia, o pior colocado entre os europeus, seria necessário ter 60 mil desses pontos de abastecimento.

E você vai aproveitar esse Efeito Dolphin para colocar na garagem algum dos veículos elétricos disponíveis no Brasil?

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