O mercado automotivo brasileiro registrou um crescimento expressivo nas vendas de veículos eletrificados no primeiro semestre de 2025. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o segmento que engloba modelos 100% elétricos, híbridos plug-in, híbridos convencionais e híbridos leves, teve alta de 41,9% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 111.095 unidades comercializadas.
A participação desses modelos no mercado nacional chegou a 9,8% entre janeiro e junho, índice que demonstra a consolidação da eletrificação no país. No mesmo período, o total de emplacamentos de veículos leves (somando todas as motorizações) foi de 1.129.004 unidades, um avanço de 4,9% frente ao ano anterior. O desempenho dos eletrificados, portanto, foi significativamente superior ao crescimento geral do setor.
Em junho, a participação desse segmento foi ainda mais expressiva. Foram registradas 20.590 unidades, representando 10,2% das vendas totais do mês. Os modelos com recarga externa responderam por 85% do volume comercializado, evidenciando a preferência dos consumidores por tecnologias que permitem abastecimento em casa ou em estações públicas.
Distribuição por tecnologia
No acumulado do semestre, a divisão do mercado de eletrificados ficou da seguinte forma:
- BEV (Battery Electric Vehicle – elétrico puro): 31,6%
- PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle – híbrido plug-in): 29,7%
- MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle – híbrido leve): 25,8%
- HEV (Hybrid Electric Vehicle – híbrido convencional): 12,9%
O avanço da eletrificação também reflete a entrada e a consolidação de novas marcas no país. Fabricantes chineses, como BYD e GWM, mantêm protagonismo nas vendas, com modelos como o BYD Dolphin Mini e o GWM Haval H6 entre os mais vendidos em suas respectivas categorias.
Influência das vendas diretas
Um dos fatores determinantes para o crescimento foi o aumento das vendas diretas, especialmente para locadoras, frotas corporativas e serviços de assinatura. Em junho de 2025, esse canal representou 50% dos emplacamentos, contra 44,6% no mesmo mês de 2024. No acumulado do semestre, a fatia foi de 46,3%, frente aos 42,4% do período anterior.
Essa modalidade vem ganhando espaço por oferecer maior agilidade e condições comerciais mais competitivas, impactando diretamente o volume de emplacamentos de eletrificados. Por outro lado, o modelo tradicional de vendas no varejo apresentou recuo.
Perspectivas para o setor
O desempenho do primeiro semestre confirma a tendência de expansão da eletrificação no Brasil, acompanhando o movimento global. A ampliação da rede de infraestrutura de recarga, o aumento da variedade de modelos disponíveis e a maior competitividade de preços são fatores que devem contribuir para manter o crescimento nos próximos meses.
Embora ainda represente menos de 10% do mercado total, a participação dos eletrificados já é relevante o suficiente para influenciar estratégias de fabricantes e concessionárias. O ritmo de adoção dependerá, em grande parte, de políticas públicas de incentivo, investimentos em infraestrutura e da capacidade das marcas em oferecer produtos acessíveis e adequados às necessidades do consumidor brasileiro.
O cenário de 2025 indica que o país está em um ponto de inflexão na transição energética automotiva. Se o ritmo atual for mantido, a participação dos veículos eletrificados poderá ultrapassar a marca de dois dígitos de forma consistente, marcando um avanço significativo na modernização da frota e na redução das emissões de gases poluentes.
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