Você já deve ter ouvido falar que os carros elétricos estão ganhando cada vez mais adeptos em todo o mundo. Aqui no Brasil o sucesso não é diferente. A venda dos carros eletrificados só cresce. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Fenabrave, em relação ao ano de 2021, a venda de carros elétricos neste ano cresceu quase 45%. De outubro para novembro de 2022, o aumento na venda foi de 11%. Mais de 40 mil unidades foram comercializadas no Brasil neste ano. As vantagens, como você bem sabe, são inúmeras: manutenção mais em conta, motor mais eficiente, sistemas mais avançados, menor custo de abastecimento, além de ser muito mais sustentável para o meio-ambiente. Por esses e outros motivos, os carros elétricos têm registrado recordes de vendas.
Mas claro que nem tudo são flores. A autonomia ainda é um problema para carros 100% elétricos. O principal desafio dessa categoria é adaptar o cliente a trocar um carro que faz 800 km por tanque por um que roda 400 km por recarga. A questão de ter que carregar o carro – que leva mais tempo e é mais complexo do que uma simples abastecida no posto de gasolina – para continuar a viagem ainda é um problema para muitos motoristas.
Como uma das soluções lançaram o modelo híbrido, que roda no modo elétrico na cidade mas, quando precisar percorrer longas distâncias, você tem a opção de utilizar a combustão. Mas esse modelo também enfrenta dificuldades, pois em termos de economia de combustível e emissões de poluentes, ele acaba se igualando a um carro de combustão normal. Sua autonomia não deve passar dos 40km e alguns acabam nem usando mais a bateria. O abastecimento mais rápido de combustível acaba sendo mais prático também.
Carro híbrido, mas diferente
Eis que surge uma novidade para animar os antenados no setor automotivo elétrico. A Great Wall Motors (GWM), que começou a produzir veículos no Brasil em 2024, surgiu com uma proposta inovadora. Importante ressaltar que ainda é somente uma proposta. A coluna Primeira Classe, do portal UOL, realizou um teste com o primeiro carro da marca, o Haval H6, que tem como previsão chegar aqui no Brasil no começo de 2023. O teste foi de 10 km na cidade do Rio de Janeiro, um trecho pequeno, mas que deu para ter uma noção.
De acordo com o UOL, o modelo Haval H6 é um híbrido plug-in com dois motores elétricos, um dianteiro e um traseiro. Esses modelos híbridos geralmente têm apenas um propulsor a eletricidade. Com bateria de 34 kWh, ele promete autonomia elétrica de 170 km, bem acima da média. Isso em um ciclo que, segundo a GWM, é mais condizente com as condições brasileiras. No WLTP, são 184 km. Ainda de acordo com a coluna, com uma curta avaliação, não dá para saber se a autonomia do Haval H6 é o que promete. Mas, com dois motores e essa capacidade de bateria, ficará de fato acima da média. Rodar 170 km já reduz bastante a necessidade de recargas, mesmo em uma cidade como São Paulo. Ela pode ser feita, dependendo do uso, semanalmente.
De acordo com a UOL, um dos grandes diferenciais desse carro é a de que ele vai priorizar os motores elétricos. Entenda: em carros híbridos, o motor a combustão é o principal e o elétrico, o auxiliar. Já o Haval H6 propõe inverter a lógica. Ele se alimenta, conforme a GWM, dos propulsores a eletricidade. O motor a gasolina é o auxiliar. Para isso, há um terceiro propulsor elétrico, que funciona como gerador e a função dele é alimentar o propulsor a bateria. Legal né? A empresa entende que são os motores elétricos os carros-chefes na hora de tracionar as rodas e que são raras as situações em que a combustão desempenha essa função. Uma delas é acima de 140 km/h e outra é na estrada, em velocidades altas por longos períodos sem recarga na tomada. Nesses casos, o gerador não será capaz de garantir autonomia para tracionar as rodas.
Já na cidade, esse motor a combustão só entra em ação se necessário, em acelerações mais fortes. Por esses motivos, o Haval H6 é uma das principais promessas para o mercado de elétricos. O propulsor a gasolina tem apenas o objetivo evitar as preocupações e inseguranças em uma viagem. Importante sempre relembrar que os elétricos têm sim boa autonomia e hoje, há um maior número de carregadores espalhados nas estradas brasileiras. O único problema mesmo é que o processo de recarga é mais demorado.
Mais detalhes sobre o Haval H6
O portal UOL fez um verdadeiro perfil sobre o modelo. Dá uma olhada:
- A GWM comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo.
- O primeiro produto brasileiro chega em 2024, e será uma picape.
- O Haval H6, que será lançado no início de 2023, virá da China.
- O SUV médio será nacional? A GWM ainda não definiu isso. Tudo dependerá da reação do consumidor. A marca confirmou que ele concorrerá com Compass, Corolla Cross, Tiggo 8 e Taos, além de ter preços semelhantes.
- O Compass flex mais caro, Série S, custa R$ 225 mil. Já o Tiggo 8, que também é híbrido, sai por cerca de R$ 280 mil.
- O Haval H6 tem 393 cv. A potência é combinada entre os dois motores elétricos e a gasolina. A GWM não os divulgou separadamente, nem o torque máximo.
- O 1.5 turbo é só a gasolina. A GWM pretende, no entanto, desenvolver motores flex, para combiná-los a elétricos. Isso porque todos os modelos da marca terão eletrificação.