O mercado de veículos usados no Brasil tem mostrado sinais bem promissores. Segundo a Fenauto, só no primeiro semestre de 2024 já haviam sido vendidas 7,3 milhões de unidades, um crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período de 2023. Se seguir nesse ritmo, 2024 pode quebrar recorde com 15,3 milhões de usados comercializados UOL. É o tipo de conquista que faz qualquer lojista comemorar… mas nem todo mundo sai ganhando com o boom.
Um dos fatores mais decisivos para esse cenário é o programa “Carro Sustentável”, lançado recentemente, que concede isenção ou redução de IPI para modelos zero-quilômetro considerados ‘verdes’. Resultado? Carros novos mais acessíveis e, automaticamente, uma pressão para baixo nos preços dos seminovos, afinal, quem vai pagar caro num usado se o zero pode sair mais barato?
Além disso, esse programa mexe diretamente com a margem operacional dos lojistas. Com o IPI zerado, a linha entre preços competitivos e rentabilidade fica ainda mais tênue, e os lojistas se veem obrigados a reagir rápido, criando promoções afiadas, campanhas digitais e até eventos como “maratonas de vendas” com ofertas abaixo da tabela FIPE.
E os números confirmam: o segmento de seminovos tem crescido ainda mais que o de usados em geral, um sinal de desaceleração na procura por zero-quilômetros e foco maior em quem busca “bom e já nos bairros”. Ou seja, o consumidor está ligado: bateu no usado, vai conseguir mais por menos.
O que isso significa para lojistas e consumidores?
Para o consumidor:
- É hora de aproveitar. A competição entre seminovos vai oferecer oportunidades reais de negócio. Modelos bem conservados podem aparecer abaixo da FIPE com mais frequência.
- Mas vale atenção: estoque maior = escolha maior, mas também risco maior de ficar encalhado ou de enfrentar promoções de última hora.
Para os lojistas:
- A estratégia tem que ser ágil. Marketing digital, campanhas segmentadas e eventos relâmpago (como a tal “maratona da virada”) são armas poderosas.
- Baixar preços pode ser dolorido, mas também é uma chance de limpar estoque e girar capital para investir em modelos mais modernos ou eletrificados.
- Diferenciar o seminovo com garantia, revisão completa ou certificação digital pode ser o diferencial que vale margem e segurança.
Na prática: como isso impacta o mercado agora?
Se por um lado a queda do IPI estimula o mercado de novos, por outro ela acelera a “aceleração” dos seminovos. Ou seja: enquanto o consumidor migra, o lojista precisa ajustar.
E não é só perda — é adaptação. A tecnologia (marketplaces, live commerce, ferramentas analíticas) virou aliada imprescindível nessa fase. Lojistas que se conectam, entendem dados e entregam valor na experiência de compra estarão um passo à frente.
O crescimento dos usados é alentador, mas vem com uma reviravolta: os preços dos seminovos terão que baixar, simples assim. O combustível? Incentivos fiscais para carros novos e consumidores mais conectados, exigentes e com visão de valor. Lojistas que souberem surfar essa onda, investindo em estratégia digital e diferenciais tangíveis, vão sair com vantagem. E quem está na pista do carro usado vai acabar com opção melhor e mais barata.
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