Preços dos carros usados devem ficar mais baixos em 2023 

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Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o mercado dos carros usados deve aliviar o bolso do consumidor final na hora das compras. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), há uma grande preocupação da indústria acerca do aumento de impostos (entre eles, o ICMS), já decretados por 12 estados. Isso afeta diretamente os preços dos automóveis, das peças e o quanto sobra no fim do mês.

“Com a estabilização dos preços dos carros zero km, veremos, sim, redução de preços dos automóveis usados. Em termos de preço, ainda que os usados não voltem aos patamares pré-pandemia, deverá devolver boa parte da alta de 2021-2022 e os automóveis novos tendem a ficar com preços estabilizados mesmo com a queda de preços de alguns insumos”, explica o diretor da Vera Cruz Investimentos, Márcio Macedo.

Vale lembrar que, assim como aconteceu no Brasil, os preços dos carros usados dispararam nos Estados Unidos durante a pandemia da Covid-19. Por lá, o aumento foi de praticamente 42,5% em pouco mais de dois anos. No entanto, esses números podem estar prestes a mudar. De acordo com um relatório do J.P. Morgan Research, os valores dos veículos usados atingiram o pico máximo no início de 2022 e podem cair de 10% a 20% em 2023.

Ante as análises mais amplas da economia, o setor automotivo tem particularidades. Com isso, dentro do setor, a realidade sofre adequações que, por sua vez, vão se refletir quando chegar a hora do consumidor comprar seu carro. Uma análise que se faz é a proporção de carros usados vendidos para cada um carro novo. Quando o mercado está desaquecido, observa-se cerca de 5,3 usados para um novo. Como os estoques das montadoras estão mais cheios agora do que nos anos anteriores (o que vai aliviar a pressão sobre os preços), a proporção tende a se aproximar de 5,1. 

Outro ponto que também vai contribuir para a redução de preços dos automóveis seminovos é a renovação das frotas de locadoras. Ou seja, isso faz com que os veículos de aluguel – que “pereceram” para as empresas – entrem em oferta nas lojas de seminovos e usados, aumentando a oferta e, por sua vez, diminuindo o preço.

Seja como for, é uma tarefa difícil prever o futuro. No entanto, 2023 tem maior potencial para uma melhoria mais rápida no ambiente de volume e uma normalização mais rápida nos preços, com o coringa sendo uma desaceleração econômica. E com a “normalização” da produção e dos estoques de veículos novos, os preços dos seminovos devem seguir a tendência de redução. Vamos aguardar!

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