Tíquete médio de carros usados bate recorde e revela maturidade do mercado automotivo

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O mercado de carros usados segue em ritmo acelerado e acaba de registrar mais um marco: o tíquete médio alcançou R$ 87.107 em abril de 2025, o maior da série histórica. O dado foi divulgado pelo Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados da Auto Avaliar e sinaliza uma mudança importante no comportamento do consumidor e na dinâmica do setor.

A alta no tíquete médio é reflexo de diversos fatores, entre eles o aumento dos preços dos veículos novos, o cenário econômico instável e a percepção de que, muitas vezes, um seminovo bem conservado pode oferecer mais custo-benefício do que um carro zero.

Por que os usados estão mais caros e mais desejados?

Nos últimos anos, o consumidor brasileiro passou a olhar com mais atenção para o mercado de usados e seminovos. E não apenas como uma alternativa mais barata, mas como uma opção inteligente e estratégica. Com os preços dos carros novos atingindo patamares cada vez mais altos, muitos clientes estão optando por modelos usados mais completos, com baixa quilometragem e tecnologia embarcada.

Além disso, o financiamento de carros usados se manteve mais acessível do que o de veículos zero-km, mesmo em um cenário de juros elevados. Esse contexto impulsionou a demanda por seminovos recentes, que entregam segurança, conforto e valor de revenda, tudo isso com um investimento mais equilibrado.

Giro de estoque mais rápido, margem de lucro estável

Outro dado importante que reforça a força do segmento é o tempo médio de permanência dos veículos em estoque: 38 dias, um número considerado saudável e que mostra o bom desempenho nas vendas. Isso indica que, apesar dos preços mais altos, o consumidor está disposto a pagar mais quando enxerga valor real no produto.

Ao mesmo tempo, as margens de lucro das revendas continuam estáveis, com destaque para os veículos com até três anos de uso, que entregaram um retorno sobre investimento (ROI) de 73% em abril — o maior do ano até agora. Ou seja: o mercado está aquecido, mas de forma estruturada e com operações mais estratégicas por parte dos lojistas.

O que isso representa para o consumidor?

Para quem está pensando em comprar um carro, o aumento do tíquete médio traz alguns alertas e boas oportunidades:

  • Valorização do seminovo bem cuidado: o consumidor está cada vez mais criterioso, buscando histórico completo do veículo, baixa quilometragem e garantia. Carros nessas condições tendem a se valorizar ainda mais.
  • Mais atenção à procedência: diante de valores mais altos, cresce a importância de comprar em concessionárias ou revendas de confiança, que ofereçam inspeções, certificados e suporte pós-venda.
  • Possibilidade de revenda vantajosa: veículos comprados hoje com tíquete mais alto têm potencial de valorização na revenda, especialmente se forem mantidos em bom estado.

Perspectivas para os próximos meses

Mesmo com a expectativa de recuperação gradual do mercado de carros novos em 2025, a tendência é que os usados sigam em alta. Além de mais acessíveis, eles oferecem uma entrega imediata de valor e, com as novas tecnologias e garantias estendidas, estão conquistando até mesmo quem antes só considerava modelos zero-km.

Para os lojistas, esse é o momento ideal para reforçar o relacionamento com o cliente, investir em curadoria de estoque e oferecer diferenciais que justifiquem os novos preços praticados. Já para o consumidor, a palavra-chave é atenção: pesquisar, comparar e escolher com critério nunca foi tão importante.

O recorde no tíquete médio mostra que o mercado de usados não é mais uma opção “alternativa”, é uma escolha consciente, valorizada e, cada vez mais, protagonista nas decisões de mobilidade dos brasileiros.

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